1 – Quando e porque você começou a Colecionar ?
R: Iniciei minha coleção em 2004. Comecei por acaso, quando comprei algumas minis de presente para um sobrinho. A partir daí comecei a prestar mais atenção na linha Hot Wheels
2 – Qual foi a sua primeira miniatura ?
R: Foi um Pontiac Banshee, mainline Hot Wheels que tenho até hoje!
3 – Qual a sua definição para Colecionismo ?
R: Colecionismo é a arte de formar um acervo de quaisquer objetos desde que seja possível CONCEITUAR essa coleção.
Abaixo algumas miniaturas de sua Coleção na escala 1:24
4 – Quantas miniaturas você tem em sua coleção ? como você as acondicionam ?
R: Tenho aproximadamente 2.500 minis acondicionadas em estantes de MDF revestido com fórmica branca (valoriza as minis e reflete a luz tornando-a mais clara) e fechadas por vidro e chave, rs.
5 – Qual a sua marca ou marcas preferidas ? Você tem preferências por escalas ? Existe um foco em sua coleção ?
R: Eu acabei direcionando minha coleção para a Hot Wheels e conseqüentemente para a escala 1/64, mas minis que me chamam a atenção mesmo de outras escalas vão parar na minha estante. Hot Rods, Muscles, Mercurys e customs são os modelos que dominam a coleção.
Mais algumas miniaturas de sua coleção particular
6 – No Brasil durante muito tempo ficamos reféns da Mattel, hoje em dia podemos contar com outras marcas no mercado, você tem uma opinião formada sobre esta informação ?
R: Essa é uma discussão antiga entre os colecionadores e longe do alcance de qualquer ação por nossa parte. Apenas o tempo e a concorrência é que poderia mudar isso e é o que está acontecendo. Isso vai mudar a postura da Mattel? Acho pouco provável. Ela não vive da venda de minis de alta qualidade, mas da venda de muitas minis de média e baixa qualidade. Hoje você adquire uma JL ou M2 por 20 reais, com qualidade infinitamente superior a qualquer Garage de preço equivalente. Mesmo os HW 100% não têm seus modelos atualizados com a mesma velocidade da concorrência.
7 – Como você consegue as suas miniaturas ?
R: Eu diria que 45% da minha coleção vêm de negociações no Mercado Livre, 40% adquiridas em encontros de colecionadores, 10% de lojas e os 5% restantes ganhei de presente.
8 – No final do ano passado e começo deste ano aconteceram vários fatos que caíram como uma bomba no colecionismo brasileiro, tais como o Encerramento do RLC-BR, Cancelamento da 4ª Convenção Anual Hot Wheels no Brasil e descontinuação de séries colecionáveis no Brasil, qual a sua opinião sobre estes fatos ?
R: Eu esperava por isso! O colecionismo “profissional” no Brasil nunca foi nem será levado a sério pela Mattel. Acho ilusão os colecionadores esperarem que isso aconteça algum dia. Não somos nós que mantemos as vendas. Acho que os eventos independentes podem sim ganhar força e se tornarem referência sem a participação da Mattel.
9 – Na contramão destes acontecimentos citados acima foram realizados 02 eventos independentes de grande porte no primeiro semestre de 2011, fato que nunca havia ocorrido antes, A 1ª EXPO-DIECAST que trouxe como convidado DAVE CHANG E A 1 ª COLECON BRAZIL que trouxe como convidado JIMMY “THE BOXMAN” CHAVEZ, você acompanhou estes eventos, qual a sua opinião ?
R: Estive presente na Expo Diecast, conheci o Dave Chang, participei do concurso de customs, expus minhas minis e reencontrei velhos amigos. Trazer nomes de peso como Dave Chang e THE BOXMAN, foi um feito pra entrar para a história. Uma falha foi a iluminação do evento: muito fraca, ruim mesmo.
10 – Quando a vontade de customizar uma miniatura foi despertada em você pela primeira vez, e porque acha que aconteceu ?
R: Eu sou uma pessoa que não se contenta em ter nada “igual” ao outros. Customizo minhas motos, meus carros, minhas bikes, nada mais natural que customizar minhas minis, rs.
11 – Qual foi o seu primeiro trabalho, qual miniatura você utilizou e na sua opinião pessoal como ficou ?
R: Minhas primeiras custons foram as “Kombozas” que você encontra nesse link:
http://www.zenpoo.com.br/freakskull/custom_kombozas.htm. Usei como base as Kombis da Matchbox, rodas e motor HW.
12 – Dê uma definição para a arte de customizar ?
R: Customizar é obter algo exclusivo por meio de suas próprias aptidões.
13 – Você customiza por hobby e pelo prazer do resultado final ? Já ganhou ou ganha alguma coisa por algum trabalho seu ?
R: Customizar é apenas hobby mesmo. Ainda mantenho muitas customs comigo. As que não estão mais comigo, foram na grande maioria trocadas com outros colecionadores. Poucas eu realmente vendi, que foi o caso dos Batmóveis.
14 – O que você acha dos Concursos de Customizações aqui no Brasil e no exterior ?
R: Eu já participei de alguns concursos aqui, porém nenhum no exterior, mas fica claro que lá fora estes concursos ocorrem com maior freqüência e com melhor organização e melhores prêmios. Outra coisa que já presenciei em concursos é que a comissão julgadora nem sempre é dominada por customizadores, o que faz com que a escolha dos vencedores nem sempre se dê por qualidade e técnica, mas por gosto pessoal de quem julga.
15 – Você já participou de algum concurso ? se participou como foi ?
R: O ultimo foi na Expo Diecast em São Paulo, onde ganhei primeiro lugar na categoria MILD com meu Batmóvel.
16 – Você acha importante estes tipos de eventos ?
R: Com certeza o maior benefício desse tipo de evento é a criação/despertar de novos colecionadores, fato que só vem a agregar ao hobby. Porém, com os anos, estes eventos acabaram se voltando muito para o comércio. Admito que essa parte dos eventos é a mais aguardada, mas, quando comecei, muitas negociações eram feitas por amizade, o que “barateava” o incremento das coleções.
17 – Você conhece muitos customizadores, qual a sua opinião sobre a customização brasileira ?
R: Muitas pessoas apenas pintam e trocam as rodinhas e dizem ter customizado. Se pensarmos no sentido literal da palavra, sim, são minis customizadas, mas na essência não. Um exemplo: o cara pega uma Ferrari, pinta de laranja e preto e adesiva com o logo Harley Davidson. Fora o trabalho de pintar e adesivar, essa mini não tem nenhum valor para mim, pois não tem o essencial – a pesquisa e/ou conhecimento prévio. Quando você pensa em customizar, o primeiro passo é definir a época, o tema, e sair pesquisando, juntando informações e, obviamente, peças para a custom.
18 – Qual a sua relação com os outros customizadores brasileiros, você acha que as vezes rola um ciúme ou a relação é tranquila ?
R: Eu não sei se chamaria de ciúmes, mas anos atrás eu percebi que alguns customizadores não abriam o jogo quanto a técnicas usadas. Eu nunca guardei segredo dos meus métodos, ainda mais considerando que não faço nada de excepcional, não uso nenhuma técnica inédita. Ficou mais evidente a proteção de técnicas quando alguns customizadores começaram a fazer do hobby uma forma de ganhar dinheiro. Eu não tenho nada contra isso nem contra se guardar segredo das técnicas, desde que isso não desestimule os novos colecionadores/customizadores.
Abaixo alguns do seus trabalhos de Customização .
19 – Eu ouvi falar que você é convidado para expor os seus trabalhos, qual é a sensação de ver a admiração dos outros pelo seu trabalho ?
R: Para mim uma coleção só tem real valor se puder ser exibida, se puder ser vista por pessoas além de você. Uma coleção renegada apenas aos olhos do colecionador, não existe! Com certeza qualquer colecionador é movido por uma vaidade saudável e é a ausência dessa vaidade que inutiliza uma coleção. Assim, eu diria que é a vaidade que me motiva a expor minhas minis.
20 – Você poderia dar uma dica para os customizadores iniciantes ou aqueles que estão querendo se aventurar por este hobby ?
R: Pesquise, pesquise e pesquise. Coloque no papel seu projeto (como faz o Chip Foose). Não se prenda a “receitas” sobre customização, crie suas técnicas e desenvolva materiais. É essencial que exista um conceito no seu projeto de custom.
Se quiserem conhecer um pouco mais da sua coleção acessem os links abaixo:
http://www.zenpoo.com.br/freakskull/galeria_mainlines.htm
http://www.zenpoo.com.br/freakskull/garagem_marcas.htm
Alex, o Blog Hot Kengas agradece a confiança pela entrevista concedida...
Todas as fotos expostas nesta matéria foram cedidas pelo entrevistado.
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